E começa o Brasileirão...
... e, com o campeonato, a chuva de idiotices que nos manda os jornalistas esportivos.
A mentalidade dos caras é simples: futebol é resultado, portanto, quem está melhor é o time que está na Libertadores, é o time que foi campeão regional e pronto. O histórico também conta: talvez o jornalista esportivo seja o único espécime humano que acredita no poder de uma camisa sobre o jogador.
Este cronista deu-se ao trabalho de assistir pela Globo o prélio entre Palmeiras e Flamengo, pela TV Globo. E, se não gostou muito do que viu, gostou menos ainda do que ouviu.
Para Casagrande, os times favoritos ao título do Brasileirão são Grêmio (porque desclassificou o São Paulo da Libertadores), Internacional de Porto Alegre (porque é o "campeão do mundo"), São Paulo (porque tem camisa) e Santos (porque é o campeão paulista).
Ao ser perguntado porque o Palmeiras marcou o terceiro gol no momento em que o Flamengo mais atacava, Casagrande afirmou: "São times irregulares, por isso uma hora um está pressionando e, outra hora, o outro time pressiona". Gênio, hein?
Palmeiras e Flamengo não são times irregulares: são times medíocres. A única razão para que os paulistas tenham ganho o jogo foi o descanso e a motivação psicológica, afinal o Flamengo precisava do resultado para mostrar que a desclassificação da Liberta foi um acidente causado pelo árbitro. Já o Palmeiras estava descansado e sem pressão nenhuma.
A pergunta poderia ser respondida com uma análise do jogo: quando Osmar se contundiu, Caio Junior fez uma substituição equivocada, que tirou o poder ofensivo do Palmeiras e deu espaço para os cariocas atacarem. Quando o técnico do Palmeiras percebeu o erro e o corrigiu, colocando o centroavante Florentín, o Palmeiras voltou a jogar como antes e marcou mais dois gols.
Como se vê, a coisa é simples, mas eles tentam mistificar a coisa atribuindo poderes mágicos à vestimenta que os caras usam.
O fator camisa não pesa mais, desde que o trânsito de jogadores ficou mais fácil, há uns 10 anos, mais ou menos. Antes, o cara passava a carreira toda no XV de Jaú e sabia que nunca iria ganhar do Corinthians; portanto, tremia. Agora, é justamente ao contrário: o jogador sabe que, se jogar bem, pode subir para um time grande, então ele se mata para provar seu valor.
Nenhum dos times apontados por Casagrande têm elencos absurdos, de causar inveja às outras equipes. Talvez o mérito delas foi a de manter uma base, com técnico e alguns jogadores considerados essenciais protegidos de especulações de imprensa e de torcida. Mano Menezes, Muricy e Luxemburgo (e os seus respectivos clubes) enquadram-se claramente nesta hipótese.
Vejam bem que este cronista não está dizendo que os quatro times apontados por Casagrande não têm chance nenhuma de ganhar a competição (mesmo que três deles tenham sido goleados na primeira rodada). O que se diz aqui é que a nivelação do futebol é tamanha que qualquer um pode levar o título. Taí o Botafogo, que meteu 3 no Inter no Beira-Rio.
P.S: Este cronista aposta que o Chapeladas chega às mil visitas antes que Romário marque o milésio gol. Vale uma cerveja.
"Erm... acho que eu andei muito tempo com o Galvão...", desculpa-se o inesquecível comentarista a este revoltado cronista
Um comentário:
Se Grêmio e Santos forem eliminados na próxima fase da Libertadores, os favoritos do Brasileirão são Santos, São Paulo e Grêmio. Se prosseguirem, o São Paulo caminha sozinho. O Casagrande só mencionou o Inter porque se esqueceu que só sobraram o Ceará e o Fernandão do time que foi campeão da Libertadores. Clemer agora é banco e Índio era um reserva que jogava freqüentemente. América e Náutico caem. E os demais times brigam da quarta até a 18ª posição, porque estão absolutamente nivelados.
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