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quarta-feira, 9 de maio de 2007

Uma história ainda por escrever...

Este cronista começa este post no segundo tempo do jogo entre São Paulo e Grêmio. O panorama não é alentador para o Tricolor paulista: perde por 1 a 0 para um Grêmio impulsionado por uma torcida fanática que lota o Olímpico.

Os gaúchos já não têm Tcheco, autor do gol, que saiu no final do primeiro tempo, contundido. Já Muricy Ramalho colocou Dagoberto e Jorge Wagner, e o São Paulo pressiona.

Aos 10 minutos do segundo tempo do jogo entre os tricolores, o Flamengo já derrota o Defensor, do Uruguai, por 2 a 0. Falta apenas 1. E falta apenas 1 gol para o São Paulo recuperar sua vantagem - a derrota leva a decisão aos pênaltis.

A Libertadores, nos anos 70 e 80, era um torneio desprezado pelos brasileiros. Só voltou a ser valorizada depois das conquistas do São Paulo, no começo dos anos 90. A participação do São Paulo no amistoso de US$ 5 milhões, disputada em Tóquio anualmente, foi narrada por Galvão Bueno e transmitida pela Rede OM, em 1992. A de 93, claro, já foi pela Globo, com o mesmo Galvão Bueno.

Hoje, a Libertadores causa enfarto nos torcedores dos times envolvidos, principalmente na fase do mata-mata. Imagine o batimento cardíaco de um gremista, de um são-paulino, de um flamenguista, na noite de hoje.

Curiosamente, os jogos são bons. Este cronista não acompanha Flamengo e Defensor, mas está ouvindo atentamente (este cronista não tem televisor) o jogo dos tricolores. E acha que o jogo está emocionante.

Agora são 16 minutos, e Jorge Wagner se prepara para bater uma falta perigosíssima, embora Rogério Ceni esteja na bola. O juiz apita e a barreira se mexe. Tudo arrumado, o juiz apita, mas a barreira se mexe. Catimba argentina. Rogério bate, a bola desvia na barreira. Os torcedores dos dois times respiram fundo. No escanteio, Jorge Wagner cobra na trave - sim, quase gol olímpico. E Amoroso se prepara para entrar na partida.

O São Paulo ataca, mas o Grêmio leva perigo nos contra-ataques - Lúcio perde um gol feito, com três gremistas pedindo a bola na área. Este cronista começa a achar que deveria haver desfibriladores para vender em shopping centers, baratinhos. Amoroso entra em campo. Aliás, o Grêmio tem Amoroso, ex-São Paulo, e Gavilán, ex-Internacional. Nada como confiar no capital intelectual de campeões da Libertadores.

Desta vez, a falta é para o Grêmio, mas a zaga são-paulina despacha para o escanteio. São 23 minutos. O torcedor do time que ganhar dormirá feliz, mas o torcedor do que perder não pode se queixar: vendeu a derrota caro. O São Paulo parece dar ataques mais pontiagudos, porém o Grêmio rouba bolas no meio-campo e dá problemas. Lúcio é um bom maratonista, pena que ao cruzar a linha com a bola seja tiro de meta para o adversário.

A perspectiva de pênaltis está cada vez mais clara. Gols perdidos dos dois lados, Amoroso, Jorge Wagner, Lúcio... quando há esforço em marcar gols, quem se cansa mais são os gandulas. Porém, o Grêmio marca o segundo: Diego Souza. O Olímpico estremece em êxtase. São 30 minutos. Faltam 15 minutos apenas para a decisão - o São Paulo continua precisando de um gol, mas a hipótese de pênaltis já era.

Agora o jogo será com os nervos. O Grêmio ataca, o São Paulo parece assustado com a hipótese de ficar de fora da Libertadores tão cedo. No Maracanã, o Defensor apela para o talento natural do uruguaio - a catimba - para não levar o terceiro.

O São Paulo tenta reagir, jogando bolas aéreas na área gremista que são rechaçadas. Dagoberto bem marcado, cria muito pouco. Bolas aéreas para uma defesa que joga como argentina é como ondas no quebra-mar. Seria um sinal de descontrole? Afinal, agora o jogo será com os nervos...

Os gaúchos tocam a bola, e o São Paulo prepara a última alteração. Quando perde a bola, o Grêmio faz a falta, e já são quase 40 minutos quando entra Marcel no São Paulo - faz sentido essa alteração? Bom, Moraes fez o gol do título para o Santos domingo, e ele nem na Libertadores foi inscrito... Ilsinho é um bom maratonista, pena que ao cruzar a linha com a bola...

Já são 41 minutos no Maracanã, e o terceiro gol do Flamengo não sai. No Grêmio, sai Carlos Eduardo, atacante, entra Schiavi, zagueiro - e argentino. Arrecadação de mais de R$ 1 milhão - os gremistas vieram em peso. Em São Paulo, tinha 30 mil, não?

O ruído é ensurdecedor quando o São Paulo tem a bola. Escanteio para o São Paulo - o time todo na área, mas o que acontece? A zaga tira, isso mesmo. O Grêmio todo recuado e o jogo vai até os 47 minutos. Faltam dois para uns rirem, outros chorarem. Ah, o goleiro do Grêmio também é argentino.

E o São Paulo joga fora a classificação com Dagoberto. Um gol feito, frente a frente com Saja, depois de uma falha de Schiavi. Mas tinha sido falta no argentino, então o lance foi anulado. Já são 47 - o juiz vai apitar. E apita.

PS.: O terceiro gol não saiu. O Flamengo está fora da Libertadores.

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