A incrível cambalhota de Renato Gaúcho sobre a placa do Conhaque Dreher
Por Ricardo Lugó
Sábado à tarde no Morumbi. O campeonato é o Brasileirão de 83. São Paulo e Grêmio enfrentam-se, salvo engano, pelas oitavas-de-final. Na verdade, trata-se de um triangular, que também conta com o Sport.
Pelo São Paulo, Waldir Peres, Oscar, Dario Pereyra e o recém-contratado Careca. Pelo Grêmio, Hugo De León, Baltazar, Vilson Tadei e um jovem ponta-direita de futuro promissor que, desde o ano anterior, quando colocara no banco de reservas o veterano ídolo gremista Tarciso, infernizava os seus marcadores: Renato Gaúcho.
Dario Pereyra era um quarto-zagueiro completo. Técnico quando precisava ser técnico, firme quando precisava ser firme e uruguaio quando precisava ser uruguaio.
Minutos iniciais de partida, Renato domina pela direita, dá um drible desconcertante em Nelsinho e avança por um corredor aberto pela lateral do campo. Dom Dario, conhecedor das habilidades do ponta, resolve partir para o combate, pero si, pero no, em sua modalidade uruguaia.
Quando parecia perder, na velocidade, o duelo para a jovem revelação, arranja forças para dar um tranco vigoroso no atacante. Usa ombro, usa braços, usa pernas, não necessariamente nesta ordem. O novo Código de Trânsito classificaria o episódio como um atropelamento. Infração gravíssima na carteira de habilitação. Com a circunstância agravante de que o motorista da betoneira sequer pararia pra socorrer a vítima.
O ponta decola, ultrapassa a linha lateral do campo e estraçalha-se em cima da placa do Conhaque Dreher, que cede. Com menos de 5 minutos de jogo, o veterano Tarciso voltava aos gramados, para alegria dos gremistas mais saudosistas...
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