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quinta-feira, 19 de abril de 2007

Navegar é preciso... uma epopéia lusitana

Depois de ser rebaixada para a série B do Paulistão e para a série C do Brasileiro, eis que a Lusa se prepara para voltar à elite do Estadual. Está num quadrangular contra o Guarani, São José e Bandeirante. A Lusa tem 7 pontos, e o São José, segundo, tem 4.

Pois para celebrar a iminência da volta da grande Lusinha à elite do Paulista, este cronista relembra um dos pontos mais altos do time no futebol: uma goleada implacável de 7 a 2 no São Paulo, com direito a gol de antes do meio de campo (duvida? Foi o grande Ricardo Lopes, dá uma olhada aqui:).

Era o Campeonato Brasileiro de 1998. A Portuguesa terminou na sexta posição (o SPFC, em décimo-quinto lugar), classificando-se assim para as quartas de finais. O adversário era o Coritiba, que havia se classificado em terceiro: a Lusa ganhou em casa de 3 a 1, empatou em Curitiba por 0 a 0 e no terceiro jogo (vai saber porquê tinha terceiro jogo), empatou novamente em 2 a 2.

Assim, a Lusa foi para a semifinal, enfrentando o Cruzeiro, que tinha eliminado o Palmeiras. Aí foi demais pra Lusinha, que perdeu no Mineirão, ganhou em casa mas foi eliminada no terceiro jogo. O Corinthians seria campeão naquele ano, e na classificação final, a Portuguesa terminaria em quarto lugar, segunda melhor classificação da história (perdendo apenas para o vice-campeonato de 1996).

Mas o fato foi o jogo. Realizado no Pacaembu porque o Morumbi estava em reforma (era a época em que a torcida são-paulina gritava "Fora Dodô, queremos amortecedor"), o jogo era mando do São Paulo. E a sorte contou para o time, porque a Portuguesa estava infernal. O primeiro tempo já terminou 4 a 0. No segundo tempo, todos esperavam uma reação do tricolor, mas o que se viu foi a Lusinha mandando brasa: mais um gol. O São Paulo tentava, tentava, mas esbarrava na forte marcação do meio de campo da esquadra lusa (citação a Camões).

E foi aí que aconteceu. O São Paulo tentou sair jogando, mas logo ao passar para o campo da Lusa, o volante Ricardo Lopes interrompe a jogada são-paulina com um chutão que morre matreiramente nas redes do então goleiro Roger. Um dos raros gols marcados no campo de defesa da equipe que fez o gol. E não era qualquer gol: era o sexto da goleada. Sim, estava 6 a 0 para a Portuguesa, com um gol do meio de campo.

O São Paulo fez ainda dois, mas aí a Portuguesa se encarregou de dar um toque ainda mais sombrio ao placar marcando o sétimo. No final, a maior torcida enfurecida, e a menor torcida fazendo a festa. Em comum, ninguém acreditando no que tinha visto.

Com os fracassos recentes, especulou-se que a Portuguesa encerraria seu departamento futebol. Ainda bem que repensaram. A Portuguesa é como a azeitona na pizza: não é nem de longe o principal ingrediente, mas faz falta quando não está lá.

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